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APAMPESP - Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo

1º de Maio — Dia do Trabalhador: Feriado Nacional. O que temos a comemorar?

Neste 1º de Maio, data consagrada às lutas e conquistas da classe trabalhadora, é necessário muito mais refletir do que comemorar.

Vivemos em um país onde as injustiças sociais e a desigualdade salarial gritam. No Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, o salário mínimo estadual é de R$ 1.518,00. Enquanto isso, o Piso Salarial Nacional do Magistério — para uma jornada de 40 horas semanais — foi reajustado em 2025 para R$ 4.867,77. Parece razoável? Sim. Mas está longe de ser cumprido em sua totalidade, especialmente no Estado que deveria ser referência em Educação.

Em contrapartida, o salário bruto do Governador foi reajustado, em fevereiro deste ano, para R$ 34.572,80. Os deputados estaduais superaram até esse valor, com salários de R$ 34.774,64 — o quarto reajuste em apenas dois anos, todos aprovados por eles mesmos, desde janeiro de 2023.
Diante disso, como não questionar: qual é o verdadeiro valor do trabalho neste país? E mais: qual é o lugar reservado aos Professores — ativos e aposentados — que dedicaram 30, 40, 50 anos à formação de gerações?

Como bem disse Nelson Mandela, “a Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Monteiro Lobato já alertava no século XIX: “Uma nação se faz com homens e livros”. Mas o Brasil, infelizmente, insiste em virar as costas para os que fizeram essa construção ser possível.
Nós, Professores, formamos todos os demais profissionais da sociedade. Educamos crianças, jovens e adultos em salas de aula superlotadas, sob condições adversas, com recursos escassos. E hoje, muitos de nós, já aposentados, enfrentamos doenças, falta de moradia digna, ausência de assistência médica adequada, desrespeito e invisibilidade por parte da sociedade — especialmente daqueles que ocupam cargos de poder.

Os governadores ignoram nossa data-base, acumulam dívida com os precatórios e, para agravar, impõem descontos inconstitucionais sobre nossas aposentadorias. Contribuímos mensalmente com o Iamspe, mas não temos acesso a um sistema de saúde digno. Até quando a Assembleia Legislativa de São Paulo continuará sendo um “puxadinho” do Palácio dos Bandeirantes?

No último dia 30 de abril, o Governo Estadual encaminhou à Alesp um PLC que propõe um reajuste salarial de apenas 5%, após dois anos sem qualquer reposição inflacionária. Chamam isso de política salarial? Isso é uma afronta. Uma vergonha!

Em 2026 teremos eleições. Nós, aposentados, já não estamos mais na ativa, mas ainda votamos. E é pelo voto que vamos mostrar a força de nossa indignação.

O trabalho enobrece, sim. Mas o trabalho político deveria ser, acima de tudo, um instrumento para servir a população, garantir direitos, valorizar os servidores e promover justiça social. Chega de promessas vazias. O Brasil precisa resgatar o respeito pelos que sustentam o desenvolvimento da nação: VIVA OS VERDADEIROS TRABALHADORES!

Por Walneide Romano, presidente da Apampesp