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APAMPESP - Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo

A triste capacidade de enxergar a alma das pessoas, por Prof.ª Dr.ª Terezinha de Jesus Bellote Chaman, associada de Araraquara

MARCELO ACCARINI nasceu em Piracicaba, em 1965. Filho de funcionários públicos federais. Aprendeu a desenhar e pintar com antigos professores da extinta escola de Belas Artes de Araraquara, onde passou a infância. Fez Medicina, morou e clinicou por 2 anos na Amazônia e se especializou em Pneumopediatria. Mora desde então em São Paulo, capital desde 1989. Tem 9 livros de contos escritos e 7 publicados:

Pequenos contos de desespero e uma fábula de amor; O menino morto e mais nove madeleines proustianas; Olhe bem ao redor: tudo é a Roma de Fellini; Saio do cinema e acendo o cigarro ao estilo Mastroianni; Meu cachorro fuma, bebe e toma antidepressivo; Ontem alguém pôs a rodar um disco de jazz no apartamento junto ao meu; Vou dizer com boas maneiras o que pensei em dizer sem elas.

Escreveu 2 romances, o primeiro deles deve ser publicado em março de 2025.
(release Marcelo Accarini)

Por alguma razão imponderável, os jornais não são laboratórios nem centros de pesquisa do espírito, o que poderiam ser para bem de todos, mas comumente são magazines e bolsas de valores (…) Platão, se hoje de repente pudesse aparecer numa redação e provar que realmente é aquele grande escritor, que morreu há mais de dois mil anos, causaria uma incrível agitação e receberia as mais lucrativas propostas.
(Musil, R. O homem sem qualidades)

Ingedore Villaça Koch, em Desvendando os Segredos do Texto (2002), nos alerta:
“… o texto é um construto histórico e social, extremamente complexo e multifacetado, cujos segredos (quase ia dizendo mistérios) é preciso desvendar para compreender melhor esse ‘milagre’ que se repete a cada nova interlocução – a interação pela linguagem, linguagem que como dizia Carlos Franchi, é atividade constitutiva” (2001, prólogo).

O que escrever quer calar, em “A triste capacidade de enxergar a alma das pessoas”?
O que o silêncio das palavras quer nos comunicar?
Caçadores de palavras, leitores atentos desvelam o sentido delas, descortinam suas entranhas, desnudam seus silêncios e suas carnes, dispostas em letras…

Dentre as diferentes leituras autorizadas pelo texto, quero dar voz não à leitura “inocente”, linear, preocupada apenas com a superfície. Quero dar voz à leitura “experiente” crítica, àquela que não autoriza qualquer leitura.

A “descontextualização” da mensagem escrita, verdadeiramente, dá-lhe uma condição de o texto ser plural. O texto permite várias leituras, mas não autoriza qualquer leitura.

Como observa Eco, há uma diferença entre “utilizar” um texto (desnaturá-lo) e “interpretar” um texto (aceitar o tipo de leitura que ele programa).

Caçadores de sentido que somos, lancemo-nos à leitura de “A triste capacidade de enxergar a alma das pessoas”!

“O real não está na saída nem na chegada; ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.”
(Rosa, G.)

Então, caro leitor, boa leitura e ótima travessia.